quarta-feira, 19 de março de 2008

Uma questão de dinâmica entre o sonho e a vida... II



A dinâmica da vida representada aqui também neste vídeo... Espero que gostem!

terça-feira, 18 de março de 2008

Uma questão de dinâmica entre o sonho e a vida... I

Temos de estar dispostos a desprender-nos da vida que tínhamos planeado para que possamos ter a vida que está à nossa espera.
Joseph Campbell
Esta foi uma frase que li ontem e que me despertou sem dúvida algum interesse, cativando-me a atenção mais de "15 segundos" ...
"A peça de Steven Sondheim Into the Woods, que esteve em cena na Brodway em 1987, é uma comédia musical baseada em contos de fadas conhecidos. O primeiro acto reconta as histórias da Cinderela, do Capuchino Vermelho, da Rapunzel e do João e o Pé de Feijão quase como as ouvimos quando éramos miúdos. Quando a cortina se fecha no fim do primeiro acto a Cinderela está a casar-se com o seu príncipe, o Capuchinho Vermelho está a salvo do lobo e o João está a descer pelo pé de feijão abaixo, depois de ter morto o gigante de ter fugido com a sua fortuna. Parece que tudo se conjuga para que vivam felizes para sempre.
Mas no segundo acto somos lembrados que a maior parte das pessoas não vive feliz para sempre. O príncipe encantado da Cinderela revela-se uma decepção enquanto marido («Eu fui educado para ser encantador, não para ser fiel»). A viúva do gigante, de tamanho igualmente gigante, vai em busca de vingança. Algumas personagens morrem, outras ficam desesperadas, e ninguém está particularmente feliz. Os bosques do título da peça representam, não apenas para o Capuchino Vermelho e para o Hensel e a Gretel, mas para todos nós, os dias negros e desconhecidos das nossas vidas, em que todos os tipos de perigo estão à espreita." Harold S. Kushner
Eu ouso manifestar a minha opinião face a este tema... Entre os sonhos dos contos de fadas, para mim "primeiro acto", e a entrada no "segundo acto" muitas vezes ignorado, desvalorizado, nestes mesmos contos mas, por si, só tão real...
Por exemplo...
- Um jovem que anseia um determinado emprego e consegue... apresentando-se no seu primeiro dia de trabalho bem vestido e entusiasta, e que uns anos mais tarde dá por si desmoralizado, desiludido... a promoção que tanto aspirou não chegou, as frustrações aumentaram, até ao ponto de ter pavor de acordar de manhã para ter que ir trabalhar.
Neste caso houve um "segundo acto", tendo sido uma sequela infeliz do primeiro.
Na maior parte das vezes quando se fala em sonho, somos remetidos para a forma de como a nossa vida se vai tornar, quer seja na componente afectiva, profissional, sócio-económica...
Sonhar pode implicar quanto a mim uma visão mais dinâmica e moldável. Ao longo das nossas vidas passamos por várias fases, life events, que de uma forma ou de outra irão ter um impacto sobre nós, podendo ou não modificar a nossa atitude e comportamento perante a mesma.
Sonhar implica um desejo que algo aconteça, uma vontade, uma motivação que nos move a atingir determinado objectivo. Como é bom sonhar... Agora por vezes, o nosso sonho pode não se ficar pelo "primeiro acto" e nessa altura temos de ter a ousadia, a coragem e a atitude de aceitar o desafio de assistir e entrar em cena no "segundo acto".
Na minha opinião é no "segundo acto" que aqui retrato, que a maior parte das nossas vidas se passa. No entanto, há que fazer algo para que não olhemos para ele de lado, de uma forma desconfiada, mas sim receptiva. Eu não me rendo a aplaudir ou a ficar-me pelos contos de fadas, gosto de desafios onde possa testar as minhas capacidades, a minha forma de agir e estar na vida.
Eu posso dizer-vos que o meu sonho de vida tem uma dinâmica própria, dinâmica essa que nunca me deixa
para trás, acompanha-me sempre, ao longo de todas as fases que vou passando. E isto porquê? Porque gosto de viver, porque gosto de ser feliz... E isso parte do princípio que eu tenho de ser verdadeira comigo própria para que o possa ser com os outros.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar o autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a cada manhã pelo milagre da vida...Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta... palavras de Carlos Drumond.
Há que saber dançar a dança da vida... Cada momento com os seu ritmo a sua letra, transmitindo diferentes emoções... não deixando de ser música...
Há que saborear cada momento e aprendermos cada dia a viver melhor!
Cristina Pais

segunda-feira, 17 de março de 2008

Jason Mraz - I'm yours...

Boa tarde,

Depois de publicar aqui alguns textos que tenho escrito no diário do hi5, aproveito para dar as Boas Vindas a todos aqueles que passarem por esta página.

Já há algum tempo que estava a pensar fazê-lo, mas só agora tomei a decisão e concretizei essa vontade - ter um espaço onde pudesse partilhar pensamentos, ideias, sentimentos que vou tendo ao longo de vários momentos da minha vida.

Começo a dar os primeiros passos no mundo da blogosfera que, como tudo, se torna mais um desafio... espero que seja uma experiência enriquecedora.

Bem haja a todos!

Cristina Pais

«Sweetie» e «Prince of Joy»

"Surprise, surprise... Amantes na net eram casados um com o outro.

Apaixonaram-se na net e agora sentem-se traídos. Estão a divorciar-se. Um casal bósnio está a divorciar-se depois de descobrir que eram amantes um do outro na Internet.

Segundo o Metro britânico, Sana, de 27 anos, e Adnan Klaric, de 32, encontraram-se numa sala chat utilizando os nicks «Sweetie» e «Prince of Joy». Ambos achavam que tinham encontrado uma alma gémea com quem passariam o resto das vidas. O curioso é que ambos reclamavam dos mesmos problemas nos seus casamentos.

A verdade só foi descoberta quando combinaram um encontro.

Agora, o casal está a divorciar-se e cada um acusa o outro de traição. «De repente, eu estava apaixonada. Era maravilhoso porque parecia que ambos estávamos presos ao mesmo tipo de casamento infeliz. Senti-me traída», disse Sana ao jornal. Para Adnan, «é difícil acreditar que Sweetie, que escreveu coisas tão maravilhosas, é, na verdade, a mesma mulher com quem me casei e que não me disse uma única palavra carinhosa durante anos». "

In http://murcon.blogspot.com/2007/09/surprise-surprise.html

Aqui fica o meu comentário ao texto que retirei do blog de Julio Machado Vaz... "«Sweetie» e «Prince of Joy»"

Em primeiro lugar, tudo surgiu por ter assistido na quinta-feira, 6 de Março, a uma comunicação dele no Congresso Nacional de Medicina Familiar que decorreu a semana passada em Vilamoura. A comunicação foi sobre a Sexualidade e o Envelhecimento, apesar de ser um tema que para mim não é estranho e desconhecido, pela formação que tenho e conhecimento, fui assitir porque gosto imenso das abordagens e forma de comunicar deste senhor.

Depois da comunicação fui até ao lobby do hotel, à internet visitar o seu blog e deparei-me entres outros com este pequeno texto, que diga-se era comentado por vários psis ou em jeito de comentário de aluns dos contribuintes do blog, era sugerido q deveria ser comentado por pessoas da área.

O que é que me chamou a atenção em primeiro lugar?

O facto de estarmos na era da Internet e das comunicações virtuais, dos amigos desconhecidos fisicamente que se criam, do poder que a comunicação escrita passa a ter desde o momento em que entramos neste mundo e também da libertação que muitas pessoas sentem ao usar esta forma de comunicar com os outros.
Para muitas pessoas é mais fácil escrever e comunicar à distância, do que face-to-face... Encontram desta forma um espaço onde podem libertar certas amarras, recorrer a metáforas, criar expectativas que muitas vezes no dia-a-dia não existem.

Isto mostra um pouco a falta de comunicação e de autenticidade que existe entre as pessoas, a dificuldade em expressar alguns sentimentos e falar sobre as questões que mais as preocupam.

Este pareceu-me um caso típico, se bem que com coincidências a mais... mas por um lado revela, por si só, a falta de cumplicidade que já existia no casal e a necessidade que tinham de transmitir isso cá para fora.
Estas pessoas encontraram na Internet um meio de receber e dar o que há muito sentiam falta... afecto, sonho, cumplicidade!

Entre alguns dos comentários que li a este texto, era referido que deviam ter aproveitado esta segunda oportunidade que lhes foi dada de se "reencontrarem" e ver que realmente existia algo que os unia.

Na minha opinião e o que posso retirar daqui, é mesmo que quando temos uma relação (seguindo este caso), devemos ser o mais verdadeiro possível connosco e com a outra pessoa. Não estamos aqui para perder tempo, estamos sim para viver, e convém que vamos vivendo bem!

Por mais difícil que por vezes possa parecer, por mais receio que se tenha de colocar em causa a situação "aparentemente estável" que possamos ter, mais vale irmos de encontro ao que necessitamos do que vivermos acomodados a uma situação que não passa de aparente.

Se a «Sweetie» e «Prince of Joy» tivessem tido outra atitude com eles próprios possivelmente nada disto teria acontecido. Mas... uma vez que aconteceu, deviam aproveitar e refletir sobre isto, para alguma coisa esta situação deveria ter servido...

O caminho aparentemente mais fácil para alguns seria assumir esta situação como uma traição e avançar para o divórcio. Outra seria abrir realmente os olhos, conversarem e analisarem porque é que isto aconteceu, o que é que falhou e como estavam realmente um com o outro. A partir daí tirariam as suas conclusões e aí sim tomariam uma decisão do que fazer... ou apenas deixarem-se levar mais pelos seus sentimentos e partilharem isso entre ambos.

Tudo tem um sentido para mim, e o sentido de partilhar convosco este texto foi mesmo para fazer esta análise.
Situações destas acontecem com mais frequência do que se pode imaginar... as pessoas criam uma imagem, expectativa, face a quem está do outro lado (quando não se conhece), é quase como ler um livro... E como se diz muitas vezes... Quando se lê um livro e depois se vê o filme, ficamos muitas vezes desiludidos com o filme e dizemos que de facto o livro era muito melhor...

Isto porquê? Poque ao ler nós temos uma realidade própria, a imaginação a funcionar durante toda a leitura, faz-nos sonhar um pouco. Quando vemos o filme, os actores e cenários são aqueles que vemos e podem, realmente, ser muito diferentes da realidade que tinhamos criado...

No entanto eu prefiro correr o risco e não confirmar à partida... se for alguém que me diga alguma coisa, alguém que considere especial não vou apenas confirmar uma situação... convém estar receptivo ao que possamos encontrar, a algo de novo...

Cristina Pais

Oxigenando...

Às vezes deparamo-nos com situações e pensamos… mas o que é que eu estou a fazer aqui e agora?

Estou certa que tudo acontece por um motivo, seja para nos alertar de algo, para nos “abanar a estrutura” e estimular a nossa acção, para mudarmos de atitude… Isto não quer dizer que acredite que tudo está pré-determinado, mas a forma de como vamos encarando a nossa vida vai moldando e precipitando uma série de situações. Esses comportamentos e atitudes é que nos fazem ler cada situação de determinada forma.

Nesses dias parece que tudo recai sobre nós, mas logo em seguida há sempre algo de positivo… Algo que nos faz sorrir e avançar!

Acredito que dias destes estejam presentes na vida da maior parte das pessoas e que, apesar de à partida nos parecerem os piores do mundo, nos vão revelar que afinal… somos mais fortes e conseguimos ultrapassar mais um obstáculo…

Precisamos de um “balão de oxigénio”? Comecemos desde já a “treinar a respiração e a educá-la”, para que, se um dia esta se encontrar em perigo estarmos preparados para agir de imediato!

Citando Fernando Pessoa é mesmo caso para dizer: “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Cristina Pais

Afinal... só era preciso "pegar na caneta"...

Deambulando pelo pensamento e pelos vários temas sobre os quais gostaria de abordar, de escrever… nenhum deles em particular me fez “pegar na caneta” e sim, o facto de surgirem este tipo de dúvidas…

Tanto se poderia dizer sobre uma variedade de assuntos, múltiplos interesses, mas hoje… não me estou a conseguir focar num em particular…

Então decidi, mais uma vez… começar a escrever e seguir a linha do pensamento.

Serei eu demasiado teórica que gosto de ir à raiz dos pensamentos… Não sei… sei que realmente são questões que faço a mim mesma e tento encontrar uma possível explicação, claro que, com todas as limitações inerentes ao facto de serem vistas apenas de acordo com a minha realidade individual.

Em cada momento desta nossa passagem pela vida, “somos movidos” e “movemos” o mundo! Isto porque nunca estamos isolados e sim sempre em relação… com algo. Existem sempre motivações, internas e externas a nós, que nos fazem agir de determinada forma. Essa forma de agir, bela, prática, teórica, subjectiva, estranha, rude, assertiva…natural…, poderá transformar completamente a essência do conteúdo que temos para transmitir, da mensagem que gostaríamos de passar e, com isso, o feedback ou retorno dessa mesma mensagem!

Ontem estava a ler uma passagem de um livro dedicado à Inteligência Emocional, a importância das emoções na nossa vida, a forma de lidar com elas e o impacto que as mesmas poderão ter no outro. É um tema que me fascina… pela riqueza e profundidade que tem e consequentemente pela “cor” que dá a cada um de nós a cada momento. Dos tons mais ténues e suaves aos mais garridos e fortes, temos uma ampla gama de cores que podemos dispor para a tal “Aquarela”… a nossa vida!

Basta encontrarmos uma harmonia entre o que somos e o que mostramos ser… ao atingirmos esse equilíbrio, entre o “ser” e o “parecer”, altura em que estes se igualem… teremos a mais bela peça de arte, a mais genuína e autêntica de todas… o verdadeiro “Eu” encontrado.

Afinal... só era preciso "pegar na caneta"... O resto... vai surgindo... ;)

Cristina Pais

"Dr." preciso de ajuda...

Sim... esta é a minha página e o meu post... não se enganaram!

Pois é, hoje decidi debruçar-me sobre a necessidade que muitas pessoas têm de se assumir perante si próprias e toda uma sociedade, com uma bengala de seu nome "Dr".

"Dr." deveria ser, quanto a mim, uma sigla que identificasse o grau académico equivalente a uma licenciatura e que fosse usado apenas com esse objectivo... Infelizmente não é com isso que me deparo na maior parte das vezes e sim, com um uso excessivo e despropositado desta mesma sigla, como se esta fosse em si mesma uma espécie de escudo face à fragilidade ou fraqueza individual de muitas pessoas.

A mensagem que quero passar é que esta bengala poderá ser demasiado frágil, enganadora ou até mesmo... falsa! Só existe uma pessoa que poderá tropeçar nela, o seu portador...

Todos necessitamos e devemos valorizarmo-nos pelo que somos, pelas nossas capacidades, pelos nossos feitos, atitudes. Para quê escondermo-nos atrás de uma bengala deste tipo?

Somos muito mais fortes que isso... por isso, a todos aqueles que gostam de recorrer a este tipo de apoio, de forma obsessiva... sugiro que comecem a tentar dar uma folga antes que seja tarde...

Um dia ela poderá partir-se e quem cairá será quem lhe tinha conferido tão grande responsabilidade... Vamos "ser" mais e "parecer" menos...

Cristina Pais

Forma de expressão...

Por sugestão, inspiração, vontade ou pura e simplesmente... forma de expressão, hoje... decidi escrever umas palavras soltas nesta página.

A forma como, ao longo da nossa vida, encaramos cada objecto, um gesto, um olhar, um sorriso, uma situação... transmite-nos a mais bela essência do nosso estado de espírito (independentemente de qual seja).

É incrível e fascinante podermos olhar à nossa volta e ver tanta diversidade, tanta vida... formas de estar, realidades únicas, próprias de cada pessoa que retratam em si uma sequência bem integrada de factos, trajecto, experiências vividas aliadas a uma curiosidade e vontade incessante de chegar cada vez mais perto do futuro...

Cada boião de tinta que vamos esvaziando à medida que vamos colorindo a nossa "Aquarela" representa a riqueza da expressão de uma experiência que queremos partilhar... Essa forma expressão é um contributo singular e fabuloso de cada um de nós... por mais que, por vezes, o conteúdo da mensagem que queremos passar seja semelhante.

Agora... vivo o presente, quando olho para trás recordo-me do passado mas, mais que tudo, a cada minuto que passa vou desbravando o caminho do meu futuro... a tal estrada desconhecida que suscita em nós a enorme vontade de, muitas vezes, nos desafiarmos e testarmos os nossos próprios limites.

Poderia continuar a divagar mais um pouco pelos pensamentos que me ocorrem neste momento... mas prefiro ficar por aqui e terminar com duas palavras que considero de uma "nobreza maior" ao longo da nossa existência:

LIBERDADE e SONHO

Se estas componentes estiverem presentes em cada momento da nossa vida, tenho a certeza que poderemos dar muito mais aos outros e com isso... a nós próprios.

Cristina Pais