quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

...Reset to Zero...



Músicas como esta fazem-nos bem! Às vezes é mm preciso fazer um "back to zero"...

"you rewind my life... I'm smiling across my face...like a child who’s been given candy"

Enjoy it and find "your sweet amazing grace" ;)

Ready to Start?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

HAPPINESS ONLY REAL WHEN SHARED

"Pode alguém trocar o social pelo individual? Não digo de forma reduzida, mas de modo macro: abandonar a sociedade e tentar a sobrevivência em contato apenas com a natureza?


Pode alguém abdicar de suas economias, livrar-se de tudo e fugir da vida que leva?


Sim, é possível, por mais irreal que pareça. Esse é o mote do maravilhoso filme de Sean Penn, INTO THE WILD, baseado numa história verídica. Chris, um jovem de 23 anos, recém-formado, larga família, amigos, conforto, dinheiro, tudo, e parte em uma aventura solo rumo ao Alasca. Cruzando os Estados Unidos, o personagem, vivido magistralmente pelo ator Emile Hirsch (melhor ator segundo National Board of Review), encontra pelo caminho pessoas divididas entre o ser e o ter, como um casal hippie.


A certa altura do filme, Chris diz que os indivíduos superestimam as relações humanas, que o único vínculo real é com a natureza. Portanto, nada mais óbvio do que abdicar de todas as emoções, não querer envolvimento de nenhuma forma com ninguém, nenhum apego, nenhum traço.


Porém, cada pessoa que ele encontra pelo caminho é quase um teste para suas convicções. Próprio da natureza humana, Chris cria laços com seus amigos de estrada, mas todos eles são desfeitos. Fica o gosto amargo da perda para quem ele abandona, e é notável a maneira sutil como Sean Penn mostra a afeição se fortificando no casal riponga, no velhinho solitário que deseja adotá-lo, na menina cantora que por ele se apaixona.


Contudo, suas convicções são, sim, inabaláveis. Chris vai construindo sua própria história, sem interferências, como se a sua vida fosse independente de outros fatores. Mas não é.

Quando finalmente chega ao Alasca, vem a euforia elevada do cumprimento do plano máximo. Lá, em contato com a natureza, sobrevive em condições adversas.


Entretanto, algo lhe diz que a missão foi cumprida. Ele recolhe suas coisas e prepara a data da partida. Em vão. Como uma armadilha irônica, Chris descobre-se preso ao mundo de liberdade que ele escolheu. Liberdade absoluta… para lugar algum.

Com frio e sem comida, morre Chris, morrem seus sonhos, não sem antes, com mãos trêmulas, escrever no seu diário: Happiness only real when shared…



Faltava tudo. Faltava o outro. Faltavam o abraço e o toque. A troca de olhares. A conversa. O sorriso despretensioso em momentos irrelevantes. O comentário sobre algo extremamente agradável ou desagradável. Faltava sentir-se junto. Faltava falar com alguém. Faltava mesmo a irritação de se seguir uma mesma rotina. Tudo fazia falta: o barulho irritante das cidades grandes, a vida que escapa no meio do concreto, o cheiro da grama em um parque movimentado no domingo.


Sozinho, no meio do gelo, Chris percebeu, tarde demais, que também aquela vida não era a ideal. E assim, a música de Eddie Vedder pontua de forma dolorida o triste final de um visionário que se transforma na própria paisagem que tanto admira.


HAPPINESS ONLY REAL WHEN SHARED"
by Paulo Ricardo in http://www.argumento.net/colunas/contexto/happiness-only-real-when-shared/

E como concordo inteiramente com este ponto de vista, gostei da análise feita... aqui estou eu a partilhá-lha convosco.

Por mais que, em vários momentos, o nosso espaço seja imprescendível para nos sentirmos bem connosco, a nossa desejada falsa solidão, precisamos desse tempo e espaço só nosso..., o "Eu" sem o "Outro" não faz sentido.

Somos seres que vivemos em relação, logo necessitamos do feedback, da companhia, da recusa, da crítica (construtiva), do amor, da palavra... do "Outro" para nos sentirmos vivos!

Ana Cristina Pais