segunda-feira, 17 de março de 2008

«Sweetie» e «Prince of Joy»

"Surprise, surprise... Amantes na net eram casados um com o outro.

Apaixonaram-se na net e agora sentem-se traídos. Estão a divorciar-se. Um casal bósnio está a divorciar-se depois de descobrir que eram amantes um do outro na Internet.

Segundo o Metro britânico, Sana, de 27 anos, e Adnan Klaric, de 32, encontraram-se numa sala chat utilizando os nicks «Sweetie» e «Prince of Joy». Ambos achavam que tinham encontrado uma alma gémea com quem passariam o resto das vidas. O curioso é que ambos reclamavam dos mesmos problemas nos seus casamentos.

A verdade só foi descoberta quando combinaram um encontro.

Agora, o casal está a divorciar-se e cada um acusa o outro de traição. «De repente, eu estava apaixonada. Era maravilhoso porque parecia que ambos estávamos presos ao mesmo tipo de casamento infeliz. Senti-me traída», disse Sana ao jornal. Para Adnan, «é difícil acreditar que Sweetie, que escreveu coisas tão maravilhosas, é, na verdade, a mesma mulher com quem me casei e que não me disse uma única palavra carinhosa durante anos». "

In http://murcon.blogspot.com/2007/09/surprise-surprise.html

Aqui fica o meu comentário ao texto que retirei do blog de Julio Machado Vaz... "«Sweetie» e «Prince of Joy»"

Em primeiro lugar, tudo surgiu por ter assistido na quinta-feira, 6 de Março, a uma comunicação dele no Congresso Nacional de Medicina Familiar que decorreu a semana passada em Vilamoura. A comunicação foi sobre a Sexualidade e o Envelhecimento, apesar de ser um tema que para mim não é estranho e desconhecido, pela formação que tenho e conhecimento, fui assitir porque gosto imenso das abordagens e forma de comunicar deste senhor.

Depois da comunicação fui até ao lobby do hotel, à internet visitar o seu blog e deparei-me entres outros com este pequeno texto, que diga-se era comentado por vários psis ou em jeito de comentário de aluns dos contribuintes do blog, era sugerido q deveria ser comentado por pessoas da área.

O que é que me chamou a atenção em primeiro lugar?

O facto de estarmos na era da Internet e das comunicações virtuais, dos amigos desconhecidos fisicamente que se criam, do poder que a comunicação escrita passa a ter desde o momento em que entramos neste mundo e também da libertação que muitas pessoas sentem ao usar esta forma de comunicar com os outros.
Para muitas pessoas é mais fácil escrever e comunicar à distância, do que face-to-face... Encontram desta forma um espaço onde podem libertar certas amarras, recorrer a metáforas, criar expectativas que muitas vezes no dia-a-dia não existem.

Isto mostra um pouco a falta de comunicação e de autenticidade que existe entre as pessoas, a dificuldade em expressar alguns sentimentos e falar sobre as questões que mais as preocupam.

Este pareceu-me um caso típico, se bem que com coincidências a mais... mas por um lado revela, por si só, a falta de cumplicidade que já existia no casal e a necessidade que tinham de transmitir isso cá para fora.
Estas pessoas encontraram na Internet um meio de receber e dar o que há muito sentiam falta... afecto, sonho, cumplicidade!

Entre alguns dos comentários que li a este texto, era referido que deviam ter aproveitado esta segunda oportunidade que lhes foi dada de se "reencontrarem" e ver que realmente existia algo que os unia.

Na minha opinião e o que posso retirar daqui, é mesmo que quando temos uma relação (seguindo este caso), devemos ser o mais verdadeiro possível connosco e com a outra pessoa. Não estamos aqui para perder tempo, estamos sim para viver, e convém que vamos vivendo bem!

Por mais difícil que por vezes possa parecer, por mais receio que se tenha de colocar em causa a situação "aparentemente estável" que possamos ter, mais vale irmos de encontro ao que necessitamos do que vivermos acomodados a uma situação que não passa de aparente.

Se a «Sweetie» e «Prince of Joy» tivessem tido outra atitude com eles próprios possivelmente nada disto teria acontecido. Mas... uma vez que aconteceu, deviam aproveitar e refletir sobre isto, para alguma coisa esta situação deveria ter servido...

O caminho aparentemente mais fácil para alguns seria assumir esta situação como uma traição e avançar para o divórcio. Outra seria abrir realmente os olhos, conversarem e analisarem porque é que isto aconteceu, o que é que falhou e como estavam realmente um com o outro. A partir daí tirariam as suas conclusões e aí sim tomariam uma decisão do que fazer... ou apenas deixarem-se levar mais pelos seus sentimentos e partilharem isso entre ambos.

Tudo tem um sentido para mim, e o sentido de partilhar convosco este texto foi mesmo para fazer esta análise.
Situações destas acontecem com mais frequência do que se pode imaginar... as pessoas criam uma imagem, expectativa, face a quem está do outro lado (quando não se conhece), é quase como ler um livro... E como se diz muitas vezes... Quando se lê um livro e depois se vê o filme, ficamos muitas vezes desiludidos com o filme e dizemos que de facto o livro era muito melhor...

Isto porquê? Poque ao ler nós temos uma realidade própria, a imaginação a funcionar durante toda a leitura, faz-nos sonhar um pouco. Quando vemos o filme, os actores e cenários são aqueles que vemos e podem, realmente, ser muito diferentes da realidade que tinhamos criado...

No entanto eu prefiro correr o risco e não confirmar à partida... se for alguém que me diga alguma coisa, alguém que considere especial não vou apenas confirmar uma situação... convém estar receptivo ao que possamos encontrar, a algo de novo...

Cristina Pais

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